domingo, abril 10, 2005

O "felicific calculus" de Borges

No seu editorial do Expresso José António Saraiva interroga-se sobre as reais capacidades políticas de António Borges. Como arquitecto, José António Saraiva deveria saber que uma parte fulcral na construção de um edifício sólido são as estruturas. É óbvio que é nesse departamento que Borges actualmente se concentra. A sua comparência em Pombal permite-lhe marcar presença no imaginário a curto-prazo das bases sociais democratas como um impulsionador não-divisionista que escolheu o momento para o contributo e não para o assalto arrogante à liderança. Daqui a dois anos, quando se entrar na segunda etapa da corrida pelo regresso ao poder menos vozes basistas se interrogarão sobre “o que é que ele já fez pelo partido” e Borges será a principal ameaça à liderança transitória de Marques Mendes. Sustentado por uma plataforma liberal, Borges segue uma estratégia de médio prazo com “fundações anti-sismo” na qual o próprio procura personificar o puro espírito meritocrático de Bentham.