sexta-feira, maio 27, 2005

42%

O governo anunciou um conjunto de medidas para combater o défice.
Claro está que nada de essencial é atacado: "é a vida"!
Não merece que se perca muito tempo.
Porém, umas linhas para uma das medidas anunciadas pelo primeiro - ministro: a introdução do escalão de 42% para rendimentos superiores a 60 mil euros ano.
Vamos ver se as minhas contas estão certas:
60 mil euros é igual a 12 mil contos.
12 mil contos a dividir por 12 dá mil contos por mês.
Como as declarações são por agregado deve-se contar o ordenado do Homem e da Mulher, o que dá 500 contos por cabeça.
Ou seja, um casal em que ambos ganhem 500 contos por mês passa a ser tributado a 42%.
Se as minhas contas estão certas não há dúvida de que se trata de uma medida contra as "grandes fortunas"! (embora se perceba o sentido político; em quem vota geralmente este tipo de pessoas?)
Acresce que por este andar, mais vale um dos membros do casal deixar de trabalhar. Pois o seu ordenado vai praticamente todo para o Estado. Se deixar de trabalhar e se tornar dependente talvez ainda receba mais...

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sou eu que estou enganado ou a tua análise está errada quanto à divisão pelo casal (leio sempre este blogue pelo que me atrevo à segunda pessoa)? Posso estar enganado, mas pensava que estando casado se aplicava o escalão equivalente a dividir o rendimento agregado por dois.

Isto é, se o casal ganhar 60.000€, a taxa a aplicar é a dos 30.000€: 26% segundo as minhas contas: logo ganham líquido 45 mil.

Se um dos membros deixar de trabalhar e o casal ganhar bruto 30 mil, a taxa é de 18% e ganham líquido 25 mil, portanto o segundo membro traz mais 20 mil ao casal. A taxa marginal (isto quanto o estado cobra a este segundo membro visto que ele ganha 30 mil em bruto e 20 mil líquido) é de 34%. Ainda estamos longe dos 42%, mesmo assim.

Esta taxa sobe se considerarmos outros factores, como a diminuição do abono de família e outras ajudas estatais ligadas ao facto de serem ou não "necessitados", mas estes factores prejudicam mais as classes mais baixas que estas que estamos a considerar (que têm menos ajudas a perder). Os únicos valores que tenho são para a Holanda em que o valor real desta taxa foi estimado em 50~60%.

1:00 da tarde  
Blogger Tiago Moreira de Sá said...

Caro Luís Pedro,

Pode ser que tenhas razão. A minha análise tinha por base os cálculos de um amigo fiscalista. Porém, o princípio permanece. Isto é, mesmo pelas tuas contas será que podemos considerar o agragado em questão como rico?
Obrigado pelo comentário
Um abraço
Tiago

9:39 da manhã  

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