quarta-feira, janeiro 18, 2006

A Utopia de Friedman

Barry C. Lynn “War, Trade and Utopia” (National Interest, 82).

Excelente crítica ao utopismo comercial e determinista de Thomas Friedman. Thomas Friedman faz lembrar Norman Angell. Em 1910, Angell também afirmava que a globalização – a primeira – iria conduzir o mundo para a paz e prosperidade. Norman Angell também criou um fim de história. Errou por completo. Thomas Friedman, na nossa 2ª Globalização, repete os erros. Não resiste à utopia. Globalização, sim. Mas devemos estar conscientes que não é um processo autónomo. Dependente da política dos estados liberais que a sustentam.

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Boa noite,
refere-se ao T. Friedman do Mundo Plano... - que é um grande fiasco, ou ao Olive TRee & Lexus... É que este fia mais fino e aí o seu raciocínio já n se lhe aplica. Assim, convém especificar - pq o homem n é todo mau, como em tudo na vida.

Obrigado pla atenção
Rui Paula de Matos

http://www.macroscopio.blogspot.com

1:13 da manhã  
Blogger Joao Galamba said...

Gosto de ver o teu anti-neoliberalismo. Para quando adesao as teses de Ernesto Laclau? :) Ele nao usa o Schmitt, como a Mouffe, mas o senhor Gramsci, que me parece alguem muito mais recomendavel. A valorizacao da democracia como um fim em si mesmo e como um processo deliberativo atraves do qual uma comunidade politica define continuamente(sem determinar e sem clausuras) a sua identidade colectiva (sem vontades gerais nem colectivismos) parece-me positiva.
So nao percebo qual e' a diferenca entre uma democracia solida e fortemente participativa e a democracia radical (se calhar sao os seus excessos pos-modernistas). Tu, como Burkeano nao te assustas um bocado com a exaltacao do atomismo que o credo neoliberal parece cair? Nao achas que o teu conservadorismo tem poucas armas contra o neoliberalismo? Etc...

Um grande abraco,
Joao

2:50 da manhã  
Blogger AA said...

Prefiro continuar na minha ingenuidade: estamos ou não de acordo que "globalização sim"?

A discussão se a globalização é melhor promovida pelos estados liberais ou pela ordem espontânea parece-me insípida face aos perigos dos múltiplos pensamentos iliberais que sustentam a antiglobalização ou alterglobalização.

1:10 da tarde  
Blogger Joao Galamba said...

Antonio,
A questao nao deve ser posta nesses termos absolutistas e dicotomicos. Ha ou nao uma tensao entre globalizacao e democracia (nao estou a falar das ilusoes cosmopolitas de democracias mundiais e coisas do genero)? Se o poder se desterritorializa (apesar do HR achar que nao) o que acontece ao cidadao e 'a democracia (que por definicao estao associados a um determinado territorio)?
Repara que a democracia implica uma certa soberania de uma comunidade politica, mas muitas das alternativas politicas nao sao colocadas nesses termos, mas sim como necessidades ou inevitabilidades (atencao que nao estou a dizer que nao o sejam, mas apenas a realcar os termos nos quais as coisas sao apresentadas). Se algo e' necessario nao existe verdadeira soberania democratica (que se calhar sempre foi uma ilusao e tudo isto que eu estou a dizer e' um disparate)
Agora acho que uma fe inquebrantavel na globalizacao e' uma forma de utopia iluminista-progressista

Um abraco,
Joao

2:40 da tarde  
Blogger Macro said...

Boa noite,
de facto alguns desse conceitos aí abordados parecem-me estéreis, navegando na vacuidade da política, a não ser que o candidato se abalance para a constituição de um programa da teoria e ideologias políticas na modernidade ou coisa parecida...

Tão estéreis que uma leitura do Schumpeter de há 50 anos me parece mais produtiva do que aquela que remete para o TF nesse best seller. Mas atenção, o seu melhor livro, de longe, é o outro The Olive TRee and... Para quem não o leu sugiro essa leitura, verá depois a frustração que foi ter perdido tempo com o beste seller. Aliás, ainda hoje me interrogo como que é que o mesmo homem pode fazer uma coisa tão boa e depois conjecturar uma coisa tão medíocre, salvo melhor opinião - que respeito, naturalmente.

Aliás, se atentarmos bem na terminologia que Sócrates escolheu para ganhar as eleições - é, precisamente, "choque tecnológico", e se calhar n foi por acaso que ele foi buscar a arquitectura desse conceito e transpô-lo depois para uma macro-política pública que está por implementar - ou melhor, que está sendo um tremendo fiasco - os socialistas que me desculpem - , mas os engulhos são notórios e a falta de rumo é tão visível que até um cego vê, sem ofensa para os cegos, é claro.

Resumindo: se me pedissem para fazer o tal paper jamais importaria conceitos do TF, bastaria ir bebê-los ao velhinho de há 50 anos para ficar muito melhor servido. Tanto q qqr comparação é injusta para o best seller; e mui credora para o economista austríaco - cujo pensamento ainda está na base do funcionamento dos mercados e até dos sistemas políticos contemporâneo nas sociedades ditas pluralistas.

rui matos

7:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Paulo Trezentos,
não sei qual é a sua formação, mas parece-me que nem é sociologia nem ciência política e nem rel. internacionais... Tudo p/ lhe dizer o seguinte:

estavamos a discutir a valia de um livro do TF, eu referi-lhe que ele tinha outro infinitamente melhor, em todas as dimensões, na forma e no conteúdo, etc, etc.

Depois vocês coloca o enfoque nas questões tecnológicas, tudo bem... Depois fala-nos da face negra da Globalização - e do que podemos fazer com ela no sentido de aaumentar a justiça social, emprego, género, segu. social, enfim, cola ao conceito uma necessidade estrutural de de nos desenvolvermos com equidade, pois só assim potenciamos a coesão social que hoje, manifestamente, n temos.

Mas isto n decorre da Globalização. Deixe-me dizer-lhe, aliás, que a G. é uma metáfora - é o conceito da conjuntura - traduz tudo m tb pode traduzir um deserto de ideias e de conceitos q dp nenhuma coxexão têm com a realidade.

Sem querer dar-lhe qqr lição, mas vcê discute muita coisa ao mmo tempo, e isso científicamente é um erro; salta de conceito para conceito.

Apenas lhe disse que o Schumpeter tem uma matriz muito mais influente do que o TF no âmbito do Plano Tecnológico... Aliás, se vcê perguntar a Sócrates se ele sabe quem é o jornalista do NYT ele n saberá dizer quem é... Se lhe perguntar pelo Schumpeter ele já saberá, por certo responder.

Qto ao Pl. Tecnológico, só lhe digo que é uma vergonha: começou mal, muito mal, agora inquinou por birras, inércia, mandos e desmandos, falta de ousadia, estratégia negocial e muita, muita barganha... Mas como português - tal como vcê - espero, desejo, que ele vingue e dinamize a sociedade portuguesa...

Já agora e se me permite - deixe-me dizer uma coisa q porventura já sabe. O TF é um gr jornalista, um tipo corajoso, com muita experiência em Médio Oriente, tem uma grande imaginação sociológica, mas isso só se sente no outro livro dele que lhe falei acima, não No Mundo Plan... pq este está um pouco em banho maria, como o choque tecnológico.

Mas dizia, o melhor livro sobre o tema da G. é de dois senhores chamados Davide Held e A. McGrew
No meu modesto blog www.macroscopio.blogspot.com tenho lá escritos umas coisas...Sem qqr pretensaõ e dp disposto a aprender.

Por isso lhe digo isto agora.
Já agora nc se interrogou sobre quem iniciou a 1ª vaga de G. no mundo... Fomos nós, os portuguesas, através da gesta dos Descobrimentos, e tb aí houve um activo e um passivo; vantagens e desvantagens, o problema é que hoje o sistema de ameaças, riscos e perigos (sociais e outros) são esmagadores relat/ ao sistema da glob. que era suposto facultar-nos um quadro de oportunidades e de vantagens.

É que a G. antes de ser uma económica ou tecnológica é uma questão política. Porque sem uma boa política n há economia, muito menos tecnologia, nem ciência, nem investigação - pura e aplicada.

Sem isso vegetamos no extremos ocidental da Europa, onde estamos

Best regards
Rui Paula de Matos

4:56 da tarde  
Blogger Macro said...

Viva
mto obgdo pelo s/ comentário
concordamos mais do discordamos
apenas lhe perguntei pela formação... pq essas são questões eminentemente politológicas e sociológicas - que cruzam a economia, a história, as ciências da comunicações e outras mobilidades que nos desenvolvem e subdesenvolvem, nos centralizam e nos periferizam.

E sabe que mais.., a filosofia é que deveria ser a ciência directora que pudesse coordenar esses paradigmas.É por falta de filosofia que perdemos horizonte..

Mas desconhecer Shumpeter - quem já teve Economia I e II é um pouco como ir a Roma e não ver o P...
Mas morrer é pior..

Já agora permito-me chamar-lhe a atenção para um erro que vcê cometeu, por lapso - certamente. Acima digo que a G. é, antes de de mais, uma questão política (no sentido politológico, e não partidário que lhe deu, erradamente) antes de ser económica, tecnológica etc, .... e vcê diz-me que discorda... Mas depois acaba por concordar!!! Aqui pasmei, confesso.

Então a política não é a polis, a arte do possível, o governo da cidade/Estado, a maior nobreza, a técnica das técnicas, a governação do global, a ciência do direito, da manha do mando e do desmando, a arte do Poder... A "políica" meu caro - está em todo o lado, até nas suas respostas, que revelou desconhecer a elastecidade desse conceito complexo... Está, agora, a perceber a razão pela qual lhe perguntei qual era a sua formação... Assim, excusava de cometer erros desses...É que a formação é importante, e digo-o sem preconceitos.

Ou seja, você depois de me dizer que estava bom tempo veio, afinal, dizer-me que tinha chuvido...
Outra nota, e não me leve a mal este reparo que o faço - até com alguma simpatia, note bem:

então você permite-se fazer um artigo sobre um autor que não leu, senão num post...
Assim, era chumbo certo, acredite.Suponha que o tipo que fez o post tb tinha sido superficial, genérico e até evasivo..., vcê iria beber toda essa mediocridade e depois, sem querer, ampliava-a...e mais grave, chama-a a si - porque, entretanto, tinha sido autor dum texto de cujo autor só leu um posto... Amadorice pura..., e só funciona às vezes... Desculpe-me a franqueza, mas é com bonomia que lhe o digo..

É óbvio que poderia ter como interlocutor um papalvo que do T. Friedman tb só tinha lido a lombada numa livraria de aeroporto, mas n o tinha lido de facto, e esse para si seria um dia de sorte;

Mas, ao invés, admita que apanha pela frente um tipo doutorado em ciência política qu leu todos esses cromos, os comparou e os integrou na teoria política contemporânea, ié, enquadrou-os no paradigma da globalização competitiva
emergente... Chumbava-o de caras, além do seu paper nem sequer ser aceite...

Se o o tipo fosse seu amigo convidava-o a rever o paper...
No fundo, e n veja qqr sobranceria nestas palavras, nem sequer arrogâmcia - doutro modo nem lhe responderia (mas vcê merece uma resposta como aqui lhe estou a dar) - que são apenas trocas de ideias - esta pequena discussão deveria ter sido feita com o autor do post - que um dia despontará para dizer algo, se é que terá algo a dizer.

mto obgdo por esta pequena troca de ideias que, por mim, dou por encerrada. julgo que não haverá + potencial discursivo em torno disto...

se quiser veja o david Held - certamente uma das maiores autoridades sobre o tema da globalização, mas convém saber qual o segmento do seu interesse, doutro modo até pode apanhar um tema como a globalização das águas, da praga de gafanhotos no Corno d'África e do impacto disso nas culturas da Somália e da Etiópia...ou de qqr outro tema que a - wikipedia - que citou - lhe poderá fornecer, mas que eu n lhe aconselho. até pq essa enciclop. só lhe permiitiria recursos para produzir argumentos muito genéricos, semelhantes ao do post que viu nalguma lombada perdida..

temos de regulá-la - à G.
adaptá-la ao nosso modelo de desenvolvimento - social, político e cultural e, até demográfico...
e se fizermos isso com coesão social e um desenvolvimento sustentável, então poderemos dizer que a glob. em Portugal começa a ter um rosto humano, e aí será uma globalização feliz, não acha...
o mais difícil é fazer essa tal quadratura do círculo
um pouco como termos o bolo, comê-lo e depois dizer aos nossos amigos, venham apareçam lá por cá casa - que nós regorjitamos o bolo e vocês comem-nos quentinho...

mas isto n se faz, muito menos aos nossos amigos
best
rpm

ps: desculpe-meos erros, ok
e a franqueza, sinal já de consideração

11:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Paulo Trezentos,
espero que a forma como terminou a sua mensagem nada tenha a ver com o seu apelido...

Em todo,aproveito para lhe agradecer a atenção.
Boas globalizações e se, de facto, tiver interessado em desenvolver esse paradigma em que hoje o mundo fala o tal D. Held é importante.

Enfim, já não perdeu tudo... Já agora vcê tem blog...

best
rm

7:54 da tarde  

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