Sobre Burke
Caro João,
Para começar, deverias encarar Burke como alguém que fez a síntese entre a "predisposição conservadora" e os princípios do iluminismo escocês/inglês. Não te esqueças que Burke era um Whig. Por isso, apoiou a revolução americano. Por isso, era o grande crítico dos excessos do Império Inglês. Burke é a versão político-institucional daquilo que Adam Smith fez na economia e na moral (não esquecer: antes de ser economista, Smith era um homem da discussão Moral). Disraeli, anos mais tarde, resumiu o burkeanismo: “homem Torie com predisposição Whig”.
abraço,
HR
Para começar, deverias encarar Burke como alguém que fez a síntese entre a "predisposição conservadora" e os princípios do iluminismo escocês/inglês. Não te esqueças que Burke era um Whig. Por isso, apoiou a revolução americano. Por isso, era o grande crítico dos excessos do Império Inglês. Burke é a versão político-institucional daquilo que Adam Smith fez na economia e na moral (não esquecer: antes de ser economista, Smith era um homem da discussão Moral). Disraeli, anos mais tarde, resumiu o burkeanismo: “homem Torie com predisposição Whig”.
abraço,
HR
posted by Henrique Raposo at 11:24 da manhã
Paulo de Carvalho, "E Depois do Adeus"
4 Comments:
Henrique,
Obrigado pelo esclarecimento (como já te tinha dito, tirando os lugares comuns, sei pouco sobre Burke). Mas só uma pergunta, como é que Burke concilia a posição conservadora com o universalismo revolucionário da constituição americana?
Por exemplo, será que Burke estaria ao lado da política externa da actual administração Bush (refiro-me mais à fase pré-conciliatória, mas a actual também).
A ideia que tenho de Burke é que não lidaria muito bem com universalismos ...
Abraços,
Joao
(só para terminar)
Penso que o apoio que Burke deu a revolução americana foi baseado naquilo que ele viu como um abuso dos principios de limitação constitucional por parte do poder real. Daí a minha dúvida sobre o seu apoio ao conteúdo universalista da constituição. Uma coisa é apoiar o direito das colónias em combater o poder real, outra é a constituição que lhe sucede.(eu não sei mesmo qual foi a sua atitude em relação a esta, a dúvida é genuina)
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Henrique,
"Calma: o empirismo não tem nada a ver com o utilitarismo. O empirismo está relacionado com o nível epistemológico e não com o nível epistémico"
Não percebo a distinção que fazes entre epistémico e epistemológico. E discordo da tua afirmação sobre a relação entre empirismo e utilitarismo. O empirismo (como teoria epistemológica) afirma o desencantamento do mundo (por exemplo quando Hume diz, erradamente, que "we cannot derive ought from is")que está na base do utilitarismo que pretende ser uma teoria moral no espírito das ciências naturais. Quando Hume diz que a razão será sempre a escrava das paixões está sem dúvida a abrir caminho para o utilitarismo...
Desculpa a insistência
Abraços,
Joao
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