Agnosticismo
Caro Tiago Mendes,
A minha posição sempre foi esta: «Baseando-nos nas provas acessíveis à razão humana e à investigação empírica, só podemos ter uma resposta honesta: o "não sei", "não sei se sim ou se não" do agnóstico»
George Steiner
com um grande abraço,
HR
A minha posição sempre foi esta: «Baseando-nos nas provas acessíveis à razão humana e à investigação empírica, só podemos ter uma resposta honesta: o "não sei", "não sei se sim ou se não" do agnóstico»
George Steiner
com um grande abraço,
HR
4 Comments:
Eu também respondo da mesma forma. Aquilo que eu queria dizer - e que é mais um meta-argumento que outra coisa, parece-me - é que o agnosticismo já é uma forma de saber, porque "sabemos que não sabmos". A ponto da "ignorância" era só esse: de defender que o agnosticismo "puro" teria que ser a ignorância. É isto muito relevante? Julgo que não. É a minha costela pessoana. Aliás, e a favor do argumento do Steiner, se nós definirmos agnosticismo como requerendo "ignorância", então qualquer pessoa que tenha conhecimento desta definição... nunca poderia ser verdadeiramente agnóstica, dado que estaria consciente daquilo que não sabe. Abraço,
Caros,
Se me permitem uma pequena provocacao...
A existencia de Deus nao e uma questao empirica (nao e da mesma ordem que "sera que ha mais planetas no sistema solar"). Deus nao e mais uma entidade a somar ao "fabric of the world". A possibilidade da existencia de Deus e uma questao ontologica. O Deus do cristianismo depende da verdade do Platonismo e da sua ideia que existe uma forma suprema de bem (eterno e imutavel) da qual depende toda a realidade (mutavel). Ha tres senhores que me parecem centrais na descredibilizacao do Platonismo: Hegel, Nietzsche e Heidegger. O argumento do primeiro (se aceite) determina que uma presenca pura e impossivel pois nega-se a si propria (a famosa logica hegeliana faz com que qualquer puro "a" se negue a si proprio. Para Hegel o criador, spirit, nao e independente do seu embodiment -a sua criacao). Heidegger e a sua ontologia fundamental tambem torna impossivel a existencia de uma presenca eterna e imutavel.
O misterio fundamental nao e que haja um criador, mas que o Ser seja...
Heidegger tem uma forte espiritualidade (um sentido ultimo de dependencia fundamental) mas nao e crista. Ele rejeita (nao e um argumento empirico, logo nao permite o agnosticismo )a possibilidade de um criador (rejeita o platonismo). Ele introduz um ateismo espiritualista-mistico. Heidegger teve uma influencia enorme na teologia do sec xx, mas o que eu nao entendo e como e que ha Teologos cristaos que se dizem Heideggerianos e mantem a fe num criador...
(desculpem a falta de acentos)
Esqueci-me de mandar um abraco para os dois.
E para puxar a brasa a minha sardinha leiam o que Heidegger escreveu sobre Nietzsche ou melhor ainda leiam o Being and Time (a introducao do being and time lanca a questao do meaning of being da qual depende o argumento de um Deus/entidade criadora...
Caro Henrique,
Desculpa a insistencia mas o Steiner escreveu uma optima introducao ao pensamento do Heidegger....
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