Espanhóis estereofónicos
Lisboa. Ontem. Uma livraria do costume. Entrei. Estranheza súbita: alguma coisa estava errada. Alguma coisa estava a perturbar um hábito de anos. Mas não sabia bem o que era. A atmosfera estava estranha, como se aquela livraria fosse virgem para os meus sentidos.
Um pouco depois, após a rendição ao facto do costume (não ter dinheiro para comprar livros), percebi finalmente o que se passava: havia espanhol no pedaço. Dois espanhóis, para ser exacto. Era essa a estranheza. Os tipos, como bons espanhóis, faziam mais barulho que autocarro checoslovaco em terceira mão. A estranheza transformara-se em certeza científica: uma atmosfera colorida e carregada de festa é uma inevitabilidade quando um espanhol está presente.
O espanhol nasce estereofónico. Alimenta-se de decibéis. Fala como se cantasse. Pensa como um dançarino. E, acima de tudo, escreve como Baco. Sim, a língua espanhola, quando atinge aquela fluidez lânguida, é o idioma do arrebatamento.
Um pouco depois, após a rendição ao facto do costume (não ter dinheiro para comprar livros), percebi finalmente o que se passava: havia espanhol no pedaço. Dois espanhóis, para ser exacto. Era essa a estranheza. Os tipos, como bons espanhóis, faziam mais barulho que autocarro checoslovaco em terceira mão. A estranheza transformara-se em certeza científica: uma atmosfera colorida e carregada de festa é uma inevitabilidade quando um espanhol está presente.
O espanhol nasce estereofónico. Alimenta-se de decibéis. Fala como se cantasse. Pensa como um dançarino. E, acima de tudo, escreve como Baco. Sim, a língua espanhola, quando atinge aquela fluidez lânguida, é o idioma do arrebatamento.
1 Comments:
Entonación viril del idioma español
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