quarta-feira, maio 04, 2005

Direita 2005

A conversa com o Henrique continua. E continua nestes termos: Portugal tem três partidos democráticos - lamento informar mas nem o PC nem o BE são pela democracia ocidental liberal que nos gerou há 30 anos e que mantem a Europa em paz há 60 - o PS, o PSD e o CDS.
Destes, dois são social democratas. Um na sua estratégia actual (PS), outro desde a sua génese (PSD). O CDS é um produto do contexto da sua nascença, e produto das suas linhas ideológicas desde então. Por isto tem a História que tem.
Relembro, apenas, que aquando da legalização dos partidos políticos em Portugal, nenhum podia advogar qualquer linha ideológica à direita da social democracia. Por isto, também, houve cercos a Congressos, sendo a única solução uma apetência natural para a democracia-cristã, num país rural e profundamente católico. Diga-se, aliás, que esta foi uma estratégia inteligente para além da possível, na conjuntura de então.
O ponto em 2005 é, contudo, outro. onde está a direita liberal e conservadora representada politicamente? Onde votam, tradicionalmente, os não-socialistas? Onde votam, ainda, os não-social-democratas?
Obviamente no PSD. Porque o PSD, por ser tudo e não ser nada, conseguiu abarcar - desde Cavaco Silva - liberais de esquerda, liberais de direita, conservadores, católicos, monárquicos e democratas cristãos (anti-Portas). Por isto conseguiu duas maiorias absolutas e se tornou no maior partido português.
E hoje? Onde votarão liberais de direita, conservadores e democratas cristãos? Naquele que defenderá os seus interesses. Como grande parte da direita é liberal, votará inevitavelmente no PSD. Por pura incapacidade do CDS.
É esta a direita partidária em Portugal, no ano de 2005.