segunda-feira, maio 30, 2005

A França Reaccionária

Sarsfield Cabral acerta no alvo em “Reaccionários”, hoje no DN

As esquerdas francesas recusaram o dito tratado por medo do dito neoliberalismo.

(1) Onde é que está o “dito-cujo”? Neoliberal? Onde? Um liberalismo envergonhado e dissimilado, talvez.

(2) As pessoas que lideraram o protesto têm medo do liberalismo. Porquê? Em primeiro lugar, interessa saber quem são. E aqui a questão é simples: não são os desempregados e os mais pobres. São, isso sim, aqueles que estão entrincheirados nos lugares protegidos pelo modelo social europeu.

A questão central é esta: o liberalismo anglo-saxónico é mais eficaz no desenvolvimento económico e, atenção, na redução do desemprego. O que o liberalismo não faz é garantir empregos para a vida, ou seja, não protege os empregos já existentes. Injustiça? Pelo contrário, o estado social protector dos empregos existentes é injusto para quem não tem emprego. O estado social cria uma casta de privilegiados. Por isso, quando se cai no desemprego no modelo social, cai-se no desespero. Num modelo liberal, quando se cai no desemprego, cai-se no desespero, mas todos sabem que existe uma economia a funcionar pronta a receber novos trabalhadores. E, acima de tudo, toda a gente sabe que não existe uma casta de privilegiados.

É por esta e por outras razões que a taxa de desemprego da França é superior a 10%. É por estas e por outras que a taxa de desemprego dos EUA circunda os 5%.

Agora, quem é que é injusto?