domingo, maio 29, 2005

« Sua cachorra »

Leio no Expresso que Miguel Cadilhe atribui a paternidade do presente défice, a.k.a. “o monstro”, ao Sistema Retributivo da Função Pública de Cavaco Silva, o que é apenas parcialmente verídico. Na realidade a paternidade do presente défice dissemina-se entre todos aqueles que, alguma vez, se referiram ao Estado como “Eles”. Um exemplo:

-“Quero abrir um negócio inovador em Portugal, com provas dadas em mercados estrangeiros, mas isto só vai para a frente se “Eles” me derem um subsídio por ser jovem empresário.”

O que é obviamente justificável. Toda a gente sabe que a melhor altura para se ser empresário é na pré-reforma.
O Estado não deve ser mais do que o garante das melhores condições para uma economia de mercado, promotor da coesão geográfica e social, mas em Portugal a subsidiocracia destronou qualquer vontade meritocrática. As razões históricas perdem-se no tempo, algures entre o Estado corporativo e o Estado “nacionalizador”, mas a consciência económica portuguesa ainda aspira a um Estado omnipresente, um grande latifundiário novecentista com interesses e participações tentaculares. .
Se a Economia de mercado pedisse um “Teste de Fidelidade” ao cidadão nacional, a “tentadora” só poderia ser a cartilha económica marxista.
Poderemos nunca vir a saber quem é o pai biológico do défice, mas cientificamente, estamos em condições de assegurar que a sua mãe era uma prostituta.

1 Comments:

Blogger Henrique Raposo said...

Grande. grande.

9:39 da tarde  

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