Tony Blair
Tony Blair, um dos líderes políticos mundiais que mais aprecio, afirmou hoje ao periódico alemão Bild (link via Público), que "a Alemanha é responsável pelo início da guerra. E todos nós temos de viver com as consequências". Uma frase algo cruel, numa altura em que se comemoram os 60 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. No entanto, creio que Blair teve outra intenção. Existem minorias na Alemanha - felizmente minorias - que se têm vindo a manifestar pelo orgulho nazi e pela vitimização dos cerca de 35 mil civis que morreram nos bombardeamentos à cidade de Dresden - uma cidade com uma expressiva comunidade neo-nazi bem activa. Neste sentido, Blair procurou reforçar a ideia que o fortalecimento da democracia alemã - um regime que se impôs, ou foi imposto, como queiram - foi fulcral para a paz que reina na Europa há 60 anos, apelando ao fim da cultura de vitimização "de alguns povos germânicos". E, como bem sabemos, todas as culturas de vitimização que tiveram lugar no séc.XX, deram nos piores totalitarismos.
Blair referiu, ainda, que "nós [europeus] nunca devemos estar satisfeitos. O regime de Hitler foi único na sua crueldade. Mas a Jugoslávia provou-nos que nos anos 90 os actos de barbárie ainda são possíveis no nosso continente. E em muitas regiões do mundo, a ditadura é encarada com normalidade. A propagação da liberdade e da democracia deve continuar a ser o nosso objectivo". Este ponto entronca no segundo ponto da minha argumentação.
Tenho admiração por Blair pela simples razão que julgo ser o líder político que melhor entende o mundo actual. Ao fazer a "ponte" entre a Europa e os EUA, no que às relações internacionais diz respeito, Blair interpreta a acção externa das potências da seguinte forma: a comunidade internacional deve saber dizer presente a qualquer conflito interno que ponha em causa a segurança regional ou internacional. Precisamente porque a paz não está garantida e os totalitarismos ainda abundam por esse mundo fora. A sua "Doutrina da Comunidade Internacional", declarada por alturas da guerra do Kosovo, exprimia isto mesmo. Por outras palavras, não devemos ter ilusões: para haver liberdade, democracia, enfraquecimento do terrorismo e segurança internacional muitas guerras ainda terão de ser feitas e muita gente será injustamente morta.
É duro mas é a verdade. 35 mil morreram em Dresden há 60 anos. Para que muitos mais pudessem viver em paz desde então.
Blair referiu, ainda, que "nós [europeus] nunca devemos estar satisfeitos. O regime de Hitler foi único na sua crueldade. Mas a Jugoslávia provou-nos que nos anos 90 os actos de barbárie ainda são possíveis no nosso continente. E em muitas regiões do mundo, a ditadura é encarada com normalidade. A propagação da liberdade e da democracia deve continuar a ser o nosso objectivo". Este ponto entronca no segundo ponto da minha argumentação.
Tenho admiração por Blair pela simples razão que julgo ser o líder político que melhor entende o mundo actual. Ao fazer a "ponte" entre a Europa e os EUA, no que às relações internacionais diz respeito, Blair interpreta a acção externa das potências da seguinte forma: a comunidade internacional deve saber dizer presente a qualquer conflito interno que ponha em causa a segurança regional ou internacional. Precisamente porque a paz não está garantida e os totalitarismos ainda abundam por esse mundo fora. A sua "Doutrina da Comunidade Internacional", declarada por alturas da guerra do Kosovo, exprimia isto mesmo. Por outras palavras, não devemos ter ilusões: para haver liberdade, democracia, enfraquecimento do terrorismo e segurança internacional muitas guerras ainda terão de ser feitas e muita gente será injustamente morta.
É duro mas é a verdade. 35 mil morreram em Dresden há 60 anos. Para que muitos mais pudessem viver em paz desde então.
<< Home