segunda-feira, outubro 24, 2005

A jogar no “centrão”

Quando uma facção interna obtém maior visibilidade política que a própria liderança do partido, estamos perante uma crise óbvia. Se juntarmos às dissonâncias internas, o progressivo eclipse eleitoral do CDS/PP, compreendemos que a queda do executivo PSD/PP obrigou ao fecho um ciclo interno que tomou a cúpula de Paulo Portas de surpresa. Independentemente da facção que o protagonizará, o CDS-PP tem obrigatoriamente que se imiscuir na corrida presidencial. Ao fazê-lo colocará Cavaco Silva “a favor do vento”.
Progressivamente desmarcado da Direita formal, Cavaco Silva terá toda a capacidade para conquistar o mesmo eleitorado que deu uma maioria absoluta a José Sócrates.
Não é nenhum segredo a fórmula para ganhar eleições em Portugal: retórica de protecção social e de minimalismo fiscal; austeridade orçamental; progressiva abertura de mercado; aposta na modernização e formação profissional. A política externa está maioritariamente ausente, embora seja comum falar-se de “multilateralismo” e “consenso”. Esse é o centro ideológico e eleitoral nacional e é aí que Cavaco Silva terá de manobrar.
O centro nacional é dicotómico: por um lado é o espaço natural do PSD e do PS, por outro lado, grande parte da sua expressão eleitoral está up for grabs.
Para Cavaco Silva chegou a altura da colheita.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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11:27 da tarde  

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