quinta-feira, novembro 03, 2005

JRR




O que eu amo no futebol é a tendência para hipérbole. De bestial a besta, o que hoje é verdade, etc...

Mas há mais. Reparem. A UEFA, ao permitir que estes dois seres humanos partilhem, ainda que por poucos minutos, o mesmo local de trabalho, dota o espectáculo da contradição que o torna tão fascinante. Lado a lado o génio e o ladrão de auto-rádios. Jesus Cristo e Barrabás. Não é épico?


E o melhor é que eu tenho a certeza que Juan Ramón Riquelme perdoou a falta de um misto de audácia e de simples bom-senso que, fosse o futebol uma actividade como as outras, teria levado o pobre João Pereira a oferecer-se para lhe lavar os pés no final do jogo. Mas o João Pereira é o João Pereira e optou por mandar o guarda-redes adversário para a puta sul-americana da mãe dele e assim também não está mal.