As mulheres têm de ser boas
Novo governo. Nova ladainha feminista. As jornalistas de TV, francamente irritadas, comentaram, com desdém, o facto de o novo executivo só ter duas ministras (menos fontes, não é?). E depois? Esta mentalidade de “quota” causa um certo asco. Bem viscoso e interior nasalmente. Coloca-se as identidades geneticamente atribuídas (género, raça) à frente do mérito individual e, logo, meta-identitário. Minhas caras, não há ministras porque não há mulheres a pensar política. Gerou-se, algures, um cliché. E o cliché assenta no seguinte: quando um grupo de homens começa a falar de política, as mulheres desse mesmo grupo mudam o tema da conversa (fazendo chantagem com armas de outra índole…) para temas artísticos. Minhas caras: a arte até pode estar pendurada no gabinete, mas não é a chave para o esse mesmo gabinete. Se querem entrar na política, têm de ser capazes politicamente. Ser mulher de sensibilidade artística não chega. Se querem entrar na política, têm de saber quem foi Maquiavel ou Macmillan, saber o que é a PAC e perceber que MAD não é um insulto. Picasso pode ser interessante, mas só pintou “Guernica”. Em política, interessa saber aquilo que originou o bombardeamento. Mas quando a conversa entra por aqui, as mulheres vão ao cabeleireiro ou à exposição pós-moderna mais próxima. Thatcher não ia ao cabelereiro. O cabeleireiro vinha até Thatcher.
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