segunda-feira, maio 30, 2005

A demência francesa

Via Luciano Amaral, na Atlântico deste mês.

A empresa Google pretende digitalizar cerca de 15 milhões (repito: 15 milhões) de livros, a fim de os colocar gratuitamente (repito: gratuitamente) na net.

Qual foi a resposta do director da biblioteca nacional de França? Em vez de ficar feliz por esta fabulosa democratização da cultura, J-N Jeannerey afirmou que esta iniciativa era uma espécie de dominação americana da memória mundial. Brilhante. Brilhante reaccionário. Brilhante reaccionário francês. Os franceses, hoje, são reaccionários brilhantes.

Este indivíduo lança estas barbaridades porque nunca precisou de contar tostões para comprar livros. É porque é um dos dignos representantes da casta de privilegiados do estado social. Mais: se fosse o estado francês a fazer a coisa, esta iniciativa já seria uma “grande iniciativa cultural, comprovativa da especificidade cultural francesa”.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Se eu escrevesse no meu blogue, estava na série especialistas desinteressados há muitos: O senhor pode dizer disparates, mas tem boas razões para isso: o resultado provável é que consiga uns milhões em subsídios, provavelmente com custos muito mais altos que o google suporta.

Claro que se é bom para o contribuinte francês ou europeu (ou português, não ouvem já o Mário Soares a aplaudir a iniciativa) pagar tudo isto, isso é outra história.

4:54 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Uns contra a era da digitalização e outros a favor do choque tecnológico. Rôda-se, parece um excerto do filme "Les uns et les outres". Cada cabeça sua sentença. Aqui o animal é que não tem problemas desses: o que quer é água e espaços verdes. Prazer em conhecer-te.

12:50 da manhã  

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