segunda-feira, maio 16, 2005

A obesidade burocrática portuguesa

Um chapa cem moçambicano (Toyota Hiace tranformada em taxi comunitário) é parado num controlo policial. Lá dentro, a dois colegas estrangeiros é pedida a identificação. O suíço apresenta um documento do tamanho de um cartão de crédito que ostenta uma flashy bandeira da Confederação Helvética. O português saca de um Bilhete de Identidade enrugado, amarelado, dactilografado, tamanho “saboneteira”, que o polícia tem a amabilidade de mostrar aos outros passageiros com um sorriso gozão.
Desde esse dia passei a andar de passaporte.
Nunca gostei muito de carteiras, mas hoje fui obrigado a comprar uma. Quando acabei de a abarrotar com todos os documentos indispensáveis à salubridade burocrática de um português, o meu Bilhete de Identidade saía de fora e a carteira parecia uma sande de couratos.
Portugal não tem rabos gordos. Sem a carteira burocrática seríamos os anoréxicos da União Europeia.