Ode ao meu carro
Eu e o meu carro
Tal como eu, o meu carro cumpre este ano um quarto de século de vida.
O meu carro é um esteta, capaz de converter a Av. de Ceuta em hora de ponta numa qualquer savana africana.
O meu carro é egoísta, nunca deixa ninguém falar mais alto que o seu egrégio motor.
O meu carro incita-me à reflexão intelectual, os seus 70kmh de velocidade máxima (sem rádio) transformam uma ida ao pão numa viagem fantástica pela psique.
O meu carro gosta de parar ao lado de um novíssimo Nissan Primera e dizer-lhe: “no meu tempo chamava-te um Datsun!”
O meu carro é fiel, nunca parou na A5 para “fazer chichi” ou encostou à berma porque já estava “com dor de burro”.
O meu carro gosta de ser seduzido, gosta de receber Bala pela manhã como o meu outro amor recebe um beijo.
O meu carro incute em mim a vocação de liderança. Em estradas nacionais sou capaz de ser o líder absoluto de 2 quilómetros de seguidores em fila.
O meu carro, ultimamente, tem vindo a descobrir técnicas de tortura. A todo o minuto cai-me um pingo de água na testa. Hoje deixei-lhe uma cópia da Convenção de Genebra e um remendo em cima do banco.
O meu carro é um esteta, capaz de converter a Av. de Ceuta em hora de ponta numa qualquer savana africana.
O meu carro é egoísta, nunca deixa ninguém falar mais alto que o seu egrégio motor.
O meu carro incita-me à reflexão intelectual, os seus 70kmh de velocidade máxima (sem rádio) transformam uma ida ao pão numa viagem fantástica pela psique.
O meu carro gosta de parar ao lado de um novíssimo Nissan Primera e dizer-lhe: “no meu tempo chamava-te um Datsun!”
O meu carro é fiel, nunca parou na A5 para “fazer chichi” ou encostou à berma porque já estava “com dor de burro”.
O meu carro gosta de ser seduzido, gosta de receber Bala pela manhã como o meu outro amor recebe um beijo.
O meu carro incute em mim a vocação de liderança. Em estradas nacionais sou capaz de ser o líder absoluto de 2 quilómetros de seguidores em fila.
O meu carro, ultimamente, tem vindo a descobrir técnicas de tortura. A todo o minuto cai-me um pingo de água na testa. Hoje deixei-lhe uma cópia da Convenção de Genebra e um remendo em cima do banco.
Amanhã tudo será diferente.
É o meu carro.
É o meu carro.
1 Comments:
Sem dúvida o maior post de sempre.
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