Uma traição
"...José Sócrates é simultaneamente pós-Blair e pré-Blair. É "no nonsense" - e nisso é muito português. Vai resolvendo alguns problemas - aguerrida e inteligentemente - e não se importa se são grandes ou pequenos ou se enchem as primeiras páginas dos jornais.Em suma, estamos - como se diz isto sem ofender? - na situação de quem acaba de fazer amor. Fodidos. Aquele "Habituem-se!" do António Vitorino, em vez de ser vilipendiado, deveria ser catalogado no ficheiro "Quem Te Avisa Teu Amigo É". Mesmo que não tenha sido dito com amizade - antes com rancor, vingança e uma satisfação- zeca napoleónica que não nos queria, de maneira nenhuma, agradar.
Arquive-se, desprezando a regra alfabética, junto de "Triunfalismo" e "Pessoas a Lixar". Mas tenho de confessar que me sabe bem ser governado por quem trabalha sem o show off algarvio do "Deixem-nos trabalhar" do prof. Cavaco. E nós, jornalistas, também teremos de fazer o nosso trabalho. Há-de fazer- -nos bem. Leia-se muito mal. Era tão giro dantes! Mas não somos menos do que ele e, daqui a uns anos, já será outro o primeiro-ministro e a vela, amada bandalheira - vos garanto - recomeçará!"
MEC, "Uma traição", DN
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