Kant vs. Habermas
Prosseguindo…
Como herdeiro da Modernidade, Habermas repete uma “vocação” dos iluministas franceses: a Razão é uma virtude em si mesmo. Quem quiser contestar Habermas deve recuperar as perspectivas do iluminismo britânico e do iluminismo americano. Para Hume e Madison, não existia Razão, mas somente razão. A razão não é uma entidade semi-divina. É apenas um instrumento ao serviço de causas substantivas.
Isto leva-nos para a questão do “diálogo” e para o confronto entre kantianos e habermasianos, aqui na Europa. Porque ao contrário do que julga Robert Kagan, a ideia de Europa de Paris e Berlim não é kantiana mas sim habermasiana. Kant era um liberal clássico. A Paz Perpétua pressupunha o diálogo entre Repúblicas. A possibilidade de desacordo e guerra entre Repúblicas e outros regimes não era negada. Ao invés, a Ética da Discussão de Habermas pressupõe a possibilidade de diálogo com qualquer interlocutor, pois existe, segundo o filósofo alemão, um princípio regulador universal com a capacidade de gerar consenso (o monismo não deixa de marcar a agenda da filosofia alemã). Esse princípio universal é o "Diálogo", elevado à condição de entidade semi-divina. Para Habermas, o Diálogo, tal como a Razão para Diderot, é uma virtude em si mesmo. Ao invés, em Kant, o diálogo é apenas um dos instrumentos na protecção das Repúblicas. Habermas dá mais atenção à “forma” (o que interessa é a exaltação de um procedimento). Kant não esquece a “substância” (o que interessa é a protecção efectiva dos regimes demo-liberais - repúblicas).
Como herdeiro da Modernidade, Habermas repete uma “vocação” dos iluministas franceses: a Razão é uma virtude em si mesmo. Quem quiser contestar Habermas deve recuperar as perspectivas do iluminismo britânico e do iluminismo americano. Para Hume e Madison, não existia Razão, mas somente razão. A razão não é uma entidade semi-divina. É apenas um instrumento ao serviço de causas substantivas.
Isto leva-nos para a questão do “diálogo” e para o confronto entre kantianos e habermasianos, aqui na Europa. Porque ao contrário do que julga Robert Kagan, a ideia de Europa de Paris e Berlim não é kantiana mas sim habermasiana. Kant era um liberal clássico. A Paz Perpétua pressupunha o diálogo entre Repúblicas. A possibilidade de desacordo e guerra entre Repúblicas e outros regimes não era negada. Ao invés, a Ética da Discussão de Habermas pressupõe a possibilidade de diálogo com qualquer interlocutor, pois existe, segundo o filósofo alemão, um princípio regulador universal com a capacidade de gerar consenso (o monismo não deixa de marcar a agenda da filosofia alemã). Esse princípio universal é o "Diálogo", elevado à condição de entidade semi-divina. Para Habermas, o Diálogo, tal como a Razão para Diderot, é uma virtude em si mesmo. Ao invés, em Kant, o diálogo é apenas um dos instrumentos na protecção das Repúblicas. Habermas dá mais atenção à “forma” (o que interessa é a exaltação de um procedimento). Kant não esquece a “substância” (o que interessa é a protecção efectiva dos regimes demo-liberais - repúblicas).
1 Comments:
Parabéns pelo excelente post, Henrique. Difícil dizer muito mais que isto...
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