De la démocratie dans le Monde
Caro Henrique,
Quando recomendei a obra do Natan Sharansky tive o cuidado de reservar uma “digestão democrática”. Mas devo afirmar que não temo o universalismo do seu argumento.
É obrigatório reconsiderar Burke à luz da progressão histórica do nosso quotidiano e não temer a Democracia como um valor absoluto e latamente recomendável.
Não temo o maniqueísmo universalista de Sharansky porque compreendo que a sua formação intelectual, bem como a de Kristol (pai) e outros, parte da base universalista de Esquerda. A metamorfose crítica que daí advém compreende que entre o BEM da esfera privada e a prática política não jaze uma barreira inultrapassável. Entre os dois há um relação umbilical em prisma de afinidade. Qual será a casuística ou o resultado do BEM privado perante a amoralidade pública?
O argumento ontológico de Sharansky compreende essa natureza contraproducente e coloca a tónica na liberdade privada e pública, mais do que na equidade (mais uma vez Burke dixit), numa lógica de promoção democrática, com benefícios disseminados. O que em si não é algo de inteiramente inaudito. Já Locke, em resposta ao Patriarca de Filmer, afirmava que “all government is limited in its powers and exists only by the consent of the governed”, para mais tarde operar a original intersecção entre Direito Natural e Liberdade Individual num Estado limitado, mas responsável. O Estado trustee de Locke é o mesmo de Sharansky. Este apenas lhe deu um molde recomendável e global.
Devemos temer Sharansky? Não, penso que devemos o paleoconservadorismo isolacionista.
Um grande abraço
1 Comments:
Ou rejeitar os dois em nome de um idealismo mais pragmático e sensato do que aquele que a administração Bush tem mostrado
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