sexta-feira, julho 29, 2005

Há um economista na sala? E um forcado?*

O olhar opaco esconde confiança e a gesticulação procura mostrar vontade de “fazer”.
José Sócrates exaspera na renúncia ao investimento público “de acordo com o almanaque Borda d’Água”, em que "apenas se investe quando faz bom tempo”, apenas para ... assumir uma política de investimentos de acordo com o almanaque Boda d’Água: "não, nós devemos investir quando faz mau tempo, para que venha o bom tempo".
Temo que José Sócrates tenha interpretado de um forma demasiado literal o apelo público por “reformas estruturais”. Na sua mente, logo se vislumbraram betoneiras, alicerces e fundações. Um Fontismo revisitado, muito à imagem de Vital Moreira que nos brinda com uma desolada estação Coimbra B. O TGV trará a Coimbra e à ruralidade interior hordas de gestores, arquitectos e capitais. Do Silicon Valley para o Vale da Cabra, a Microsoft render-se-ia à celeridade e ao conforto do transporte.
Que importa a alta tributação fiscal, quando na OTA recebemos as malas em 5 minutos e à porta há logo um TGV para Frielas? Que importa a incapacidade competitiva de um economia estática quando time is money, Mr. Gates?
Como Engenheiro, José Sócrates deveria saber que construções em mau tempo, levam sempre a alicerces pantanosos.

*título, escandalosamente, plagiado a estes senhores

6 Comments:

Blogger AMN said...

Ainda bem que voltaram de férias. A blogosfera estava a ficar sem coisas decentes para ler. Um abraço.

1:17 da tarde  
Blogger Bernardo Pires de Lima said...

Adolfo
Lamento desiludir-te mas nós ainda não fomos de férias. Tirando o Francisco...
A luta continua!

2:55 da tarde  
Blogger AMN said...

Bom...
Então tenho de concluir que sem o Francisco, vocês escrevem menos!
Bem regressado seja o Francisco, então.

4:09 da tarde  
Blogger Bernardo Pires de Lima said...

Já dizia o agricultor/treinador/bombeiro/autarca: Muito trabalho, muito trabalho!

6:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A referência ao "Borda d'Água" por parte do sócrates constitui uma ofensa que repudio veementemente.
"Borda d'Água", "Seringador" e outros fizeram mais por este país do que alguma vez esse sujeito fará.

1:56 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A desapropriada citação duma sabedoria hirta do "Borda d'Água" pelo 1º ministro, apenas revela a sua ignorância e novo-riquismo tecnocrático e do poder.
A analogia é tosca,infundada e só manifesta o desprezo que ele tem pela arte da lavoura, a Agricultura, bem como pelas tradições e quase instituições da sabedoria portuguesa.

7:43 da tarde  

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