Eleições
Numa democracia com 30 anos as eleições tendem a tornar-se uma maçadora rotina escandinava. Mantemos algumas peculiaridades como os comícios, esses arraiais de demagogia e courato, mas não os olhamos da mesma maneira depois de descobrirmos que aquilo é uma encenação fabricada por engenheiros de som, o Edson Athayde e o agente da Ágata.
Restam-me, para consolo, as segundas-feiras pós-eleitorais com as ruas pejadas de panfletos e programas eleitorais, confetti e promessas. Depois do apocalipse da campanha é com melancolia que vejo o sorriso anacrónico dos candidatos derrotados a desaparecer sem remissão sob um prosaico cartaz da Moviflor em que se anunciam estantes a 119 euros.
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