Iraque: por José Lamego
Ler, com muita atenção, a entrevista de José Lamego ao DNA de ontem.
«O problema do Iraque não é o de ter democracia, é o de não ter Estado».
Lamego tem razão. Os ocidentais já se esqueceram de uma coisa: por detrás da luminosidade dos iluminismos encontramos sempre – como pilar indiscutível – o negrume de Maquiavel e Hobbes. Os americanos são os reis deste esquecimento. Vivem literalmente em cima de Hobbes (1787 é uma Constituição céptica e minimalista; como devem ser as constituições), mas, depois, quando se exportam, utilizam o sorriso luminoso de Jefferson. Por outras palavras, começam a casa pelo telhado. Lição do Iraque: se queremos construir um estado demo-liberal, temos de começar por exportar Hobbes. Está o Ocidente dos luminosos direitos humanos – e aqui não é só a América – preparado para enfrentar a realidade? Está o Ocidente do politicamente correcto preparado para entender (melhor: para redescobrir) que os nossos direitos assentam no cepticismo de Hobbes?
«O problema do Iraque não é o de ter democracia, é o de não ter Estado».
Lamego tem razão. Os ocidentais já se esqueceram de uma coisa: por detrás da luminosidade dos iluminismos encontramos sempre – como pilar indiscutível – o negrume de Maquiavel e Hobbes. Os americanos são os reis deste esquecimento. Vivem literalmente em cima de Hobbes (1787 é uma Constituição céptica e minimalista; como devem ser as constituições), mas, depois, quando se exportam, utilizam o sorriso luminoso de Jefferson. Por outras palavras, começam a casa pelo telhado. Lição do Iraque: se queremos construir um estado demo-liberal, temos de começar por exportar Hobbes. Está o Ocidente dos luminosos direitos humanos – e aqui não é só a América – preparado para enfrentar a realidade? Está o Ocidente do politicamente correcto preparado para entender (melhor: para redescobrir) que os nossos direitos assentam no cepticismo de Hobbes?
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