Romantismo do pior ou ainda há Esquerda?
Não conheço livro mais reaccionário, romântico e anti anti-iluminista.
Negri não é de Esquerda. Negri é um romântico da estirpe mais virulenta. Em comparação, Tönnies e Fichte são meninos da mamã. E ainda há gente que pensa que isto é o Capital do XXI. Se Empire é a Esquerda, faço só uma pergunta: Ainda há Esquerda?
7 Comments:
Henrique,
Comento aqui pois no acidental nao e possivel. Espero que nao leves a mal os meus comentarios sobre o que escreveste. Eu acho que tu estas agarrado a uma filosofia que ignora tudo o que se escreveu sobre o sujeito desde Hegel. Pode haver muito disparate nos pos-modernos, muito material para os nacionalistas beberem do Hegel, muito Nazismo no Heidegger, e comunismo no Merleau-Ponty, mas todos eles foram fundamentais para contestar uma concepcao do sujeito (que essa sim e essencialista) que vigorou ate Kant.
Quando eu falo de identidade contesto os essencialismos romanticos mais substancialistas, mas tambem o teu essencialismo de que pretende separar as pessoas da sua vida e daquilo que valorizam. Sao esencialismos certamente diferentes, mas partilham uma concepcao do sujeito que a filosofia pos Hegeliana tornou insustentavel.
Espero que nao leves a mal os meus posts no metablog, se fui agressivo ou arrogante peco desculpa.
Um abraco,
Joao
Comento aqui, porque não posso comentar no Acidental (o que aliás, acho pouco democrático...). Mas acho que não podia passar em branco a primeira vez que concordei com algo que escreveste. Refiro-me ao post "Temas proibidos. Moral substantiva ou moral processual?". Caso tenhas dúvidas.
Bjks
J
Claro que não, João.
obrigado pelo apoio, Joana. Alguma vez teria de ser, não é?
até breve,
HR
Caro Henrique,
Pronto, tem razão. O Tio Negri é um "romântico da estirpe mais virulenta". E esteve preso, e esteve ligado a actos terroristas. E provavelmente cheira mal da boca. Aparte desses pormenores todos, será q podia explicar - no caso de ter lido de facto o livro todo e não apenas ter tido uma reacção... biliar, digamos, após ter visto a capa, ou o índice? - porquê é q o livro é tão mau, e prenuncia o fim da Esquerda? Ideias, está a ver? Discussão intelectual aberta e honesta de argumentos, está a ver? Dicussão mais ou menos pormenorizada para além do bitáite generalista, está a ver? É q, se calhar, era muuuuuuuuito mais útil... (Digo eu, que nem sequer gostei particularmente do livro, e até dediquei umas páginazitas a bater nele, em contexto académico).
(A propósito, para um liberal tão ferozmente anti-essencialista, falar do fim da Esquerda (com E grande e tudo!!) não será um bocadito essencialista e romântico? ;))
Cumprimentos blogonautas,
Daniel
Caro Daniel,
vai ter de esperar pelo artigo (académico) que estou a escrever sobre o sr. Negri. Eu, depois, indico o local. Está bem? Não se irrite tanto.
Até breve,
Caro Henrique,
Esperarei com a maior das curiosidades e alguma impaciência. Se for para a Atlântico ou a R:I, não será sequer preciso indicar - já sou leitor assíduo das suas contribuições em ambas. Quanto à irritação... foi defeito estilístico meu, peço perdão. Veja lá q até estava a tentar responder tongue-in-cheek (como dizem os nossos amigos anglo-saxónicos) e com humor à sua contribuição q me pareceu, essa sim, um tudo nada crispada - e ainda por cima sem aduzir grandes razões - contra o Sr. Negri e o seu livro.
Até breve e boa escrita
Henrique,
Mais uma vez comento aqui (abre la a caixa de coentarios do Acidental, pa)
Fazes sistematicamente generalizacoes abusivas sobre os tais pos-modernistas e distorces completamente o fenomeno. O Rorty e pos-modernista puro e duro e escreve livros sobre a sua devocao absoluta aos EUA, sobre a importancia do patriotismo e sobre o sua devocao a causa liberal. O Foucault pode ser muita coisa, mas e tudo menos romantico. Ha concerteza um elemento estetico em muito do que escrevem, mas pretender arrumar o que escrevem da forma como o fazes e algo desonesto. Dou-te outro exemplo de um Nietzschiano que nao se enquadra nas tuas caricaturas: Raymond Geuss. E um filosofo politico a seria de Cambridge que usa Foucault e Nietzsche. Mas ele rejeitaria quase tudo o que tu escreves sobre o pos-modernismo, ao mesmo tempo que os critica.
Se quiseres da uma olhada ao Stanley Fish que sendo pos-modernista e uma especie de conservador americano.
Um abraco,
Joao
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