DC Confidential
Num país em que tudo é secreto até que um bufo dê com a língua nos dentes, em vez das coisas virem à estampa pelos tramites normais e civilizados (falo de Portugal, claro), realce-se o exemplo dado pela Grã-Bretanha no passado mês de Novembro, quando o seu ex-embaixador em Washington (1997-2003), Christopher Meyer, publicou as memórias sobre esse mesmo período. Devo dizer que não foi nada meigo com o seu próprio Governo, apenas dois anos depois de ter deixado o cargo.
Não tenho lido nada que indique uma grande crispação em Downing Street ou no Foreign Office, o que só prova que se convive bem com as críticas, mesmo quando elas possam implicar perdas eleitorais, descrédito político ou melindre pessoal. Isto, sim, é democracia. Isto, sim, é pluralismo. Também não é por acaso que Maria Filomena Mónica se apresenta como uma anglófona.
Não tenho lido nada que indique uma grande crispação em Downing Street ou no Foreign Office, o que só prova que se convive bem com as críticas, mesmo quando elas possam implicar perdas eleitorais, descrédito político ou melindre pessoal. Isto, sim, é democracia. Isto, sim, é pluralismo. Também não é por acaso que Maria Filomena Mónica se apresenta como uma anglófona.
3 Comments:
epa...Caro Bernardo,,,enganas-te e redondamente. Esse caso esta a dar muito que falar aqui em Inglaterra. Reaccoes do Jack Straw, foram aos milhares. A estacao de Radio BBC 4 fez um debate de uma hora sobre estas "memorias". A questao que se discute aqui e: devera um embaixador poder lucrar, a conta de informacao a qual ele teve acesso enquanto Representante do Estado Ingles?
Acho que Inglaterra tem muitas virtudes, mas entre elas nao se inclui a de ser um pais em que "as coisas vem a estampa pelos tramites normais e civilizados". Mas isto, esta claro, e so uma opiniao minha.
caro El manu
Ainda bem que me fez estes reparos. No entanto eu não disse que era na grã bretanha que as coisas vinham à estampa pelos tramites normais. Disse e repito, que isso não acontece em portugal. Eu de facto tenho lido algumas recensões e reacções ao livro, e o que tenho percebido é que em Downing Street não houve censura prévia, o que já é bom. Referi no post a ausência de «uma grande crispação» no FO, não de ausência de crispação. Mas agradeço-lhe o reparo, pois não sabia, de facto, da real dimensão da coisa. É a desvantagem de não estar aí. Mas acho importante que o livro tenha sido publicado.
Cumprimentos
BPL
Caro Bernardo,
De facto, tem razao. Aqui nao houve censura nem "manobras de bastidores" para o livro nao sair. Sendo isto o que quis dizer, reformulo o que disse...tem toda a razao!
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