terça-feira, dezembro 06, 2005

DC Confidential

Num país em que tudo é secreto até que um bufo dê com a língua nos dentes, em vez das coisas virem à estampa pelos tramites normais e civilizados (falo de Portugal, claro), realce-se o exemplo dado pela Grã-Bretanha no passado mês de Novembro, quando o seu ex-embaixador em Washington (1997-2003), Christopher Meyer, publicou as memórias sobre esse mesmo período. Devo dizer que não foi nada meigo com o seu próprio Governo, apenas dois anos depois de ter deixado o cargo.
Não tenho lido nada que indique uma grande crispação em Downing Street ou no Foreign Office, o que só prova que se convive bem com as críticas, mesmo quando elas possam implicar perdas eleitorais, descrédito político ou melindre pessoal. Isto, sim, é democracia. Isto, sim, é pluralismo. Também não é por acaso que Maria Filomena Mónica se apresenta como uma anglófona.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

epa...Caro Bernardo,,,enganas-te e redondamente. Esse caso esta a dar muito que falar aqui em Inglaterra. Reaccoes do Jack Straw, foram aos milhares. A estacao de Radio BBC 4 fez um debate de uma hora sobre estas "memorias". A questao que se discute aqui e: devera um embaixador poder lucrar, a conta de informacao a qual ele teve acesso enquanto Representante do Estado Ingles?

Acho que Inglaterra tem muitas virtudes, mas entre elas nao se inclui a de ser um pais em que "as coisas vem a estampa pelos tramites normais e civilizados". Mas isto, esta claro, e so uma opiniao minha.

10:46 da manhã  
Blogger Bernardo Pires de Lima said...

caro El manu
Ainda bem que me fez estes reparos. No entanto eu não disse que era na grã bretanha que as coisas vinham à estampa pelos tramites normais. Disse e repito, que isso não acontece em portugal. Eu de facto tenho lido algumas recensões e reacções ao livro, e o que tenho percebido é que em Downing Street não houve censura prévia, o que já é bom. Referi no post a ausência de «uma grande crispação» no FO, não de ausência de crispação. Mas agradeço-lhe o reparo, pois não sabia, de facto, da real dimensão da coisa. É a desvantagem de não estar aí. Mas acho importante que o livro tenha sido publicado.
Cumprimentos
BPL

12:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Bernardo,

De facto, tem razao. Aqui nao houve censura nem "manobras de bastidores" para o livro nao sair. Sendo isto o que quis dizer, reformulo o que disse...tem toda a razao!

5:32 da tarde  

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