Novo??

Novo? Quem? O Bloco?
Enganam-se. Tal como outras máquinas eleitorais, os radicais de esquerda apresentam os mesmos tiques populistas em altura de campanha.
Assim se descobre a careca (mais uma...):

«Olha o directo.
Mas tanta animação terminou abruptamente numa esquina da Calçada do Combro, onde se encontrava estacionada uma carrinha de exteriores da RTP. Estava na hora de aquela estação fazer um directo para o especial "Eleições" e o BE, que se arroga de ser tão diferente dos outros partidos, afinal não resistia a um "soundbite". Encurralados num estreito passeio, os militantes esperaram pacientemente que a hora chegasse e o seu líder fosse falar para as benditas câmaras. O tempo foi passando, e nada. O frio gelava os pés. As bandeiras eram agitadas com menos vigor. Apitos e batuques abrandavam o ritmo. A coisa estava a correr mal. Até que alguém gritou lá do fundo: "É agora, é agora!" Milagre. De um minuto para o outro, o cenário mudou e o entusiasmo renasceu. "Quero bandeiras atrás do Chico", gritava Daniel Oliveira. E foi assim que Francisco Louçã apareceu na televisão. Falou sobre qualquer coisa de que não nos lembramos agora. Mas deve ter criticado Santana, Portas e a Igreja. O costume.
Quando as luzes se apagaram, o cortejo voltou à estrada. E foi assim pela noite fora. De bar em bar, com muita festa e muito barulho. A caçar votos. Afinal, igualzinho ao outros partidos.»

(Excerto de uma reportagem do Independente à campanha da extrema esquerda portuguesa, no dia de Carnaval)