segunda-feira, outubro 03, 2005

"New Labour" ou "New Liberals"?

Sobre a Convenção trabalhista da passada semana, ler a excelente análise de João Marques de Almeida, hoje no Diário Económico:

«No seu último discurso, Blair revela a sua capacidade de liderança nas ideias defendidas. Há dois aspectos impressionantes nas intervenções do Primeiro Ministro britânico. Em primeiro lugar, a ousadia e a frontalidade do seu discurso. Blair não tem medo das palavras e das expressões fortes, e não se rende aos lugares comuns, nem ao politicamente correcto. Recomendo um exercício interessante ao leitor. Compare a intervenção, na semana passada em Lisboa, do filósofo francês, Bernard Henri Levy, um espírito livre e sem responsabilidades políticas, com o discurso de Blair. Descobre-se a mesma liberdade de pensamento, o que é extraordinário para um líder político. Em segundo lugar, a capacidade de persuasão do líder trabalhista não pára de espantar. Sigo há anos as intervenções de Blair nas conferências do seu partido e estou sempre à espera do dia em que o entusiasmo da audiência morreu. Esse dia ainda não chegou».

[Discurso de Tony Blair, na íntegra]

2 Comments:

Blogger Victor Lazlo said...

Eu concordo. Melhor do que aquela conversa da treta da 3ª Via só mesmo a paixão pela educação do Guterres.

3:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O TONY BLAIR PORTUGUÊS

«Promover a convergência gradual dos regimes de início do direito à aposentação dos funcionários públicos com o de início do direito à pensão de reforma dos trabalhadores por conta de outrem;»

Isto é o que consta do programa eleitoral e de governo. Durante a campanha eleitoral Sócrates, em debates na TV, disse claramente que iria alterar a idade de reforma dos FP e que iria atacar os regimes especiais que protegem certos grupos corporativos. Só que os professores julgavam que ele se estava a referir aos médicos e farmacêuticos; estes julgavam que ele se referia aos juizes e magistrados; estes últimos julgavam que se referia aos políticos; estes julgavam que ele se referia apenas a polícias e militares; estes últimos julgavam que ele se referia apenas a gestores públicos; e estes julgavam que ele se referia aos que tinham direito a reformar-se com apenas 50 ou 55 anos de idade...
Cada um destes grupos esqueceu-se de olhar ao espelho e de olhar para o espelho da maioria dos portugueses...

Ora bem, Sócrates está a distribuir a factura por eles todos, os que têm regimes especiais, como bem disse na sua campanha eleitoral. E os do sector privado e os da FP que não têm regimes especiais batem palmas e apoiam a cem por cento estas reformas que pretendem acabar com a bandalheira dos regimes especiais e má distribuição dos rendimentos que existiu até agora. E não se julgue que é só no sector privado que Sócrates tem o seu maior apoio, porque dentro da FP há muita gente que o apoia também, pois não pertence a nenhum hipócrita ou falacioso regime especial.

Até agora, Sócrates só não cumpriu uma promessa eleitoral: o aumento do IVA. Falha que ele já assumiu publicamente e que apenas foi devida a que o orçamento de Bagão Felix estava desorçamentado do lado das receitas em cerca de 5,5 mil milhões de euros. Isto é, o OE de 2005 assumiu compromissos para os quais faltavam 5,5 mil milhões de euros para que se pudessem cumprir esses compromissos, sobretudo em matéria de Saúde e de prestações sociais (pensões de reforma, fundo de desemprego, etc.). Daí o défice subir para 6,8% do PIB neste ano de 2005 se algumas correcções não tivessem sido tomadas no Orçamento rectificativo aprovado na AR e no PEC, aprovado em Bruxelas. Facto ainda não desmentido por Bagão Felix, já que se soube depois das eleições que o próprio Bagão Felix teria dito a Santana Lopes que o défice real de 2005 ultrapassaria os 6% do PIB.

Até agora Sócrates está a fazer uma excelente governação, com reformas de fundo que já deviam ter sido feitas antes, mas que ninguém teve a coragem de fazer.

Finalmente temos Primeiro Ministro e temos um Governo para salvar Portugal. O que lhe poderá custar votos, mas que salva Portugal da bancarrota.

Os eleitores não são parvos, e verão dentro de dois ou três anos os benefícios destas reformas de fundo.

Eu, que não sou socialista, já vi que este é o caminho correcto e que devolve a esperança à maioria dos portugueses.

11:24 da manhã  

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