Camões ou o Dan Brown em audio-book?
Segundo Mario Soares "convém ter na Chefia do Estado alguém que conheça a História e a cultura do nosso país, alguém que conheça Os Lusíadas, o nosso poema máximo".
Achei esta afirmação de uma honestidade espantosa. Soares não teve qualquer pudor em esconder que em privado é capaz de dizer à minha geração que ainda é do tempo em que na escola tinha de declamar todas as linhas de caminhos de ferro e os rios perante a sombra vigilante da palmatória.
De resto, conhecer Os Lusíadas está longe de ser um pré-requisito presidencial. O que Soares poderia ter dito é que defesa do Português como língua de trabalho na União Europeia é essencial para a recusa de uma existência periférica enquanto que uma base cultural e histórica comum entre Estados Lusófonos poderá suportar links económicos e culturais e acrescido peso diplomático de mútuo benefício.
Mas não o disse, pelo contrário insistiu num elitismo ultrapassado que toma o alto-Estado como pertença de uns poucos iluminados que leram e apreciaram o simbolismo de Camilo Pessanha. Na realidade, em Janeiro, não iremos eleger o director do Instituto Camões (provavelmente cargo de confiança política pois nunca se sabe por que lentes ideológicas é que se pode ler Guerra Junqueiro). É absolutamente irrelevante se o futuro PR lê Camões ou se prefere ainda anda á procura do cromo do Cybertron para a caderneta da Panini dos Transformers e não estou minimamente interessado se o futuro PR prefere Liszt ou o Punjabi MC. O que realmente conta é se o futuro PR será um agente institucional activo na criação de circunstâncias sócio económicas que propiciem ao cidadão comum o ócio e as condições para ler Camões ou o Paulo Coelho comprado na área de serviço da auto-estrada.
Achei esta afirmação de uma honestidade espantosa. Soares não teve qualquer pudor em esconder que em privado é capaz de dizer à minha geração que ainda é do tempo em que na escola tinha de declamar todas as linhas de caminhos de ferro e os rios perante a sombra vigilante da palmatória.
De resto, conhecer Os Lusíadas está longe de ser um pré-requisito presidencial. O que Soares poderia ter dito é que defesa do Português como língua de trabalho na União Europeia é essencial para a recusa de uma existência periférica enquanto que uma base cultural e histórica comum entre Estados Lusófonos poderá suportar links económicos e culturais e acrescido peso diplomático de mútuo benefício.
Mas não o disse, pelo contrário insistiu num elitismo ultrapassado que toma o alto-Estado como pertença de uns poucos iluminados que leram e apreciaram o simbolismo de Camilo Pessanha. Na realidade, em Janeiro, não iremos eleger o director do Instituto Camões (provavelmente cargo de confiança política pois nunca se sabe por que lentes ideológicas é que se pode ler Guerra Junqueiro). É absolutamente irrelevante se o futuro PR lê Camões ou se prefere ainda anda á procura do cromo do Cybertron para a caderneta da Panini dos Transformers e não estou minimamente interessado se o futuro PR prefere Liszt ou o Punjabi MC. O que realmente conta é se o futuro PR será um agente institucional activo na criação de circunstâncias sócio económicas que propiciem ao cidadão comum o ócio e as condições para ler Camões ou o Paulo Coelho comprado na área de serviço da auto-estrada.
2 Comments:
de qualquer forma, se é para votar num leitor de Camões, votem manuel algre
Meu caro amigo,
Gosto dos teus posts!
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