Atacar a esquerda não é o mesmo que defender a igreja
Para o meu grande amigo David,
Não sou, nem nunca seria jacobino. Se quiseres, serei maquiavélico. Ataco qualquer pretensão política da “Cristandade”, mas não tenho qualquer problema com a fé privada de cristãos. Se quiseres, sou um céptico que tem David Hume na mesinha de cabeceira. Está descansado. A Bíblia está na prateleira. Não tem grande destaque lá em casa.
E, de facto, quero continuar a ser dos poucos a separar “política de “religião”. Mas isto não significa que não ataque o espírito progressista. Não defendi a Igreja. Apenas ataquei a esquerda. É uma coisa bem diferente.
Calma com essa coisa dos aliados. Ratzinger até pode atacar o relativismo. Mas executa essa tarefa a partir de pressupostos completamente diferentes dos meus (liberalismo clássico). Ao contrário da esquerda radical, não sacrifico os princípios em nome de aproveitamentos tácticos circunstanciais.
Outro exemplo: imagina que Ratzinger apoiava a guerra do Iraque. Grande problema. Ratzinger estaria a apoiar uma acção política que conta com o meu apoio, mas estaria a fazê-lo pelas razões erradas (choque civilizacional). Enquanto apoiante da acção política que decorre no Iraque, criticaria este hipotético apoio de Ratzinger.
Já me viste mais longe da Igreja, porque quando era puto tinha a mania que Nietzsche era Deus na Terra. Mas não me aproximei em termos de fé. Passa-se apenas o seguinte: tenho mais frieza analítica. Só. Quando se lê muito, perdemos grande parte das nossas certezas de adolescência diletante. Quando era puto, dizia que era “ateu”. Hoje, concordo com Steiner: a resposta mais razoável é dizer que sou agnóstico. Ser-se ateu também implica uma fé.
Um abraço,
Henrique Raposo
PS: para quando uma noite de copos e política?
Não sou, nem nunca seria jacobino. Se quiseres, serei maquiavélico. Ataco qualquer pretensão política da “Cristandade”, mas não tenho qualquer problema com a fé privada de cristãos. Se quiseres, sou um céptico que tem David Hume na mesinha de cabeceira. Está descansado. A Bíblia está na prateleira. Não tem grande destaque lá em casa.
E, de facto, quero continuar a ser dos poucos a separar “política de “religião”. Mas isto não significa que não ataque o espírito progressista. Não defendi a Igreja. Apenas ataquei a esquerda. É uma coisa bem diferente.
Calma com essa coisa dos aliados. Ratzinger até pode atacar o relativismo. Mas executa essa tarefa a partir de pressupostos completamente diferentes dos meus (liberalismo clássico). Ao contrário da esquerda radical, não sacrifico os princípios em nome de aproveitamentos tácticos circunstanciais.
Outro exemplo: imagina que Ratzinger apoiava a guerra do Iraque. Grande problema. Ratzinger estaria a apoiar uma acção política que conta com o meu apoio, mas estaria a fazê-lo pelas razões erradas (choque civilizacional). Enquanto apoiante da acção política que decorre no Iraque, criticaria este hipotético apoio de Ratzinger.
Já me viste mais longe da Igreja, porque quando era puto tinha a mania que Nietzsche era Deus na Terra. Mas não me aproximei em termos de fé. Passa-se apenas o seguinte: tenho mais frieza analítica. Só. Quando se lê muito, perdemos grande parte das nossas certezas de adolescência diletante. Quando era puto, dizia que era “ateu”. Hoje, concordo com Steiner: a resposta mais razoável é dizer que sou agnóstico. Ser-se ateu também implica uma fé.
Um abraço,
Henrique Raposo
PS: para quando uma noite de copos e política?
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