Há muito tempo que se fala da necessidade de renovar os partidos políticos, ou mesmo de proceder a algumas alterações ao próprio sistema político. Não sei se é possível fazer alguma coisa pois, como gostava de afirmar o Imperador Claúdio, é preciso que a realidade se torne muito pior antes que possa ser alterada.
Porém, julgo que este é um momento oportuno para discutir o assunto no PSD. O que aconteceu nos últimos tempos pode ser conjuntural (e muito provavelmente será, como são a maioria das coisas na vida política). Mas é grave e obriga a pensar e a apresentar propostas para o futuro.
Pois bem, aqui deixo a primeira de algumas ideias que tenho sobre uma tentativa de renovação do PPD.
1.Um dos problemas identificados no PPD radica no facto de o partido ter perdido em larga medida a ligação à chamada "sociedade civil". Basta ver a muito fraca influência que tem ao nível das universidades, ou da investigação em geral. Por exemplo, na área das relações internacionais o partido pura e simplesmente não existe.
A primeira ideia que aqui deixo consiste na
criação de grupos temáticos, constituídos por jovens da área do PSD e ligados às universidades, às empresas e às instituições culturais,
que funcionem em ligação com o partido mas absolutamente fora das suas estruturas tradicionais e que incluam quer militantes não enfeudados em "grupinhos", quer independentes.
Ficam dois exemplos:
-em ano de eleições autárquicas seria interessante promover o nascimento de grupos de reflexão com pessoas especializadas nas várias componentes centrais para a edificação de "cidades de bem - estar", como arquitectos, engenheiros, ambientalistas, pessoas do universo da cultura, etc.
-numa era em que as grandes questões são cada vez mais mundiais, ou seja, cada vez menos internas e mais internacionais, julgo importante promover o nascimento de um grupo de reflexão sobre as relações internacionais que discuta e produza documentos nesta área de conhecimento e numa acepção vasta, isto é, incluindo questões como o ambiente, o combate às grandes epidemias, a protecção das minorias, o diálogo entre civilizações, a defesa do património cultural, entre outros exemplos contemporâneos. Isto para além das questões clássicas de política externa e política de defesa.
Aqui fica o princípio do meu pequeno contributo.
Continua nos próximos dias.